As Relações Públicas, enquanto disciplina acadêmica e prática profissional, têm como objeto as organizações e seus públicos. A área trabalha administrando os relacionamentos, utilizando estratégias, técnicas e programas de comunicação de acordo com diferentes ambientes. De acordo com a Associação Brasileira de Relações Públicas (ABRP), a profissão pode ser conceituada como a atividade e o esforço deliberado, planejado e contínuo para estabelecer e manter a compreensão mútua entre uma instituição, pública ou privada, e seus grupos de interesse.
Para alcançar essa compreensão mútua entre as organizações e seus públicos, a área de Relações Públicas possui de acordo com Kunsch (2003) quatro macro-funções: Função Administrativa, Função Estratégica, Função Política e Função Mediadora.
James Grunig sintetiza a Função Administrativa das RPs ao afirmar que a área é caracterizada como a administração da comunicação entre a organização e seus públicos. Essa atribuição é fundamental, pois considera gerenciar o processo comunicativo dentro das organizações. Na prática, as RPs buscam estabelecer e manter relações harmoniosas ou formas de credibilidade entre as organizações e os públicos com os quais se relacionam. Para tanto, é realizado o processo de relações públicas, que conta com pesquisa, planejamento, execução, controle, avaliação, coordenação e assessoramento.
Para exercer a Função Estratégica as Relações Públicas precisam ajudar a organização a atingir seus objetivos institucionais, contribuindo para a organização se posicionar perante a sociedade e com Responsabilidade Socioambiental. Na função estratégica o RP assessora os gestores da organização, propondo soluções, apontando ações proativas, identifica forças, fraquezas, ameaças e oportunidades relacionados à comunicação e imagem institucional. Evidentemente, o desempenho da função estratégica dependerá do posicionamento que a área ocupa na estrutura organizacional e da formação do executivo responsável pela comunicação.
Como Função Política, as relações públicas lidam basicamente com as relações de poder dentro das organizações e com a administração de controvérsias, crises e conflitos sociais. Para desempenhar essa função, é fundamental compreender como se processa o poder nas organizações e as relações com a cultura organizacional. Existe o poder que ocorre no interior das organizações e o poder advindo das forças externas, pressões sociais, políticas e econômicas. O gerenciamento de crises com a opinião pública é um exemplo de situação do que está sendo exposto. Simões (1995) considera que a função política é essência da atividade de RP.
A Função Mediadora está relacionada ao estabelecer a interlocução entre as organizações e seus públicos, sendo uma função precípua de relações públicas. A comunicação é um instrumento vital e imprescindível para que as relações públicas possam mediar relacionamentos organizacionais com a diversidade de públicos. A organização precisa estabelecer canais diversificados de comunicação a fim de conseguir mediar os interesses existentes. A utilização dos veículos de comunicação massiva, dirigida e virtual torna-se imprescindível. É importante ressaltar que a função mediadora pressupõe não somente divulgação, mas sim o estabelecimento de diálogo.
REFERÊNCIAS
KUNSCH, M.M.K. Planejamento Relações Públicas na Comunicação Integrada. São Paulo: Summus, 2003.
SIMÕES, Roberto Porto. Relações públicas: funçã̧o política. São Paulo: Summus Editorial, 1995.