A Comunicação Organizacional é aquela desenvolvida no âmbito das organizações, sendo caracterizada por diversos processos, fluxos informacionais e estratégias. A comunicação é elemento vital para a sobrevivência organizacional, sendo determinante para as condições de sua existência e evolução. Assim, Kunsch (2003) afirma que o sistema comunicacional é fundamental para o processamento das funções administrativas internas e do relacionamento das organizações com o meio externo. Quando se fala do processo comunicacional nas organizações, subtende-se elementos básicos (emissor, receptor, canal, meio, mensagem, feedback), mas é preciso avançar nessa perspectiva que é funcionalista.
A Comunicação é mais complexa. Existem várias questões que complexificam a comunicação, tais como relações de poder, disputas, controvérsias, diferenças culturais. Simões (1995) afirma que o ambiente organizacional é marcado por intensas disputas de poder e que há uma constante eminência de conflitos.
Além das modalidades comunicacionais (Administrativa, Interna, Mercadológica e Institucional) e das dimensões (instrumental, cultural, humana e estratégica) já publicadas aqui no blog, é preciso levar em conta a complexidade dos fenômenos comunicativos, observando os seguintes elementos: Fluxos, Níveis, Redes, Barreiras e Meios. Esses aspectos ajudam a compreender a complexidade da comunicação interna e as interfaces com a cultura organizacional.
Os fluxos comunicacionais podem ser descendentes, ascendentes, laterais, diagonais ou circulares. Esses fluxos conduzem as mais diferentes comunicações dentro de uma organização. Dessa forma, ajudam a estabelecer e manter as características da Cultura Organizacional, pois representam diferentes formas de interação entre os membros no contexto da empresa.
O fluxo descendente refere-se ao processo de informações da cúpula diretiva da organização para os funcionários. Trata-se de uma comunicação administrativa oficial, visto que transmite diretrizes, normas para todos da organização. O fluxo ascendente, por sua vez, caracteriza-se pelo fluxo contrário, são os funcionários que enviam informações para a cúpula. Essas comunicações são feitas por meio de instrumentos, como caixa de sugestões, pesquisas de clima, reuniões e outros.
No fluxo lateral a comunicação ocorre no mesmo nível, sendo desenvolvida entre os pares e as pessoas com posição hierárquica semelhante. Esse tipo de fluxo tem condições de criar um ambiente favorável, otimização de recursos e melhorar o desempenho organizacional. O fluxo diagonal, por sua vez, se dá em todas as direções, perpassa todas as instâncias e as mais diversas unidades setorias. Por fim, o fluxo circular é desenvolvido em organizações informais, nas quais todos os níveis estão envolvidos.
Os níveis de comunicação, por sua vez, podem ser intrapessoal, interpessoal, organizacional e tecnológico. O intrapessoal é aquele que se passa dentro do individuo, relacionando-se com o universo cognitivo de cada um. O nível interpessoal é a comunicação entre indivíduos, evidenciando-se as relações sociais. O nível organizacional representa os fluxos que ligam departamentos, unidades, setores entre si ou ao meio externo. Por fim o nível tecnológico diz respeito a utilização de equipamentos, programas, dados e informações.
As redes comunicacionais são basicamente formais e informais presentes na organização. A formal é delimitada pelo próprio organograma da empresa, ou seja, é a comunicação baseada na estrutura organizacional. A comunicação formal é administrativa, relacionando-se ao conjunto de normas e regras da organização. Já a rede informal relaciona-se com as interações dos membros, levando em conta os aspectos afetivos, sentimentos e relacionamentos pessoais. Um dos produtos mais conhecidos da rede informal é o boato ou rumor, que chega a constituir uma “rede de boatos”. A Comunicação informal tem que ser canalizada para o lado construtivo, ajudando a organização a buscar respostas mais rápidas para as inquietudes ambientais e facilitando o convívio e a gestão das pessoas.
No âmbito organizacional, existem vários tipos de barreiras que interferem o processo comunicativo. Podem-se citar barreiras mecânicas, fisiológicas, semânticas, psicológicas, administrativas, sobrecarga informacional e outras. Essas barreiras podem ser amenizadas de acordo com o trabalho de comunicação. Nesse contexto, torna-se necessário reconhecer os fluxos comunicacionais e suas peculiaridades para analisar as características da cultura organizacional.
As organizações para viabilizar a comunicação com os mais diferentes públicos se valem de meios ou veículos dirigidos orais, escritos, auxiliares e aproximativos. Os veículos orais referem aqueles que possibilitam transmitir comunicação para determinado público por meio da palavra oral, por exemplo, conversas e reuniões. Os veículos de comunicação escrita são aqueles que estão registrados em suportes midiáticos diversos, tais como informativos, banners, encartes, folders e avisos. Os veículos de comunicação auxiliares são os recursos audiovisuais diversos, tais como vídeos institucionais e gravações sonoras. Por fim, os veículos de comunicação aproximativa são aqueles que permitem estreitar as relações entre as organizações e seus públicos. As visitas às instalações da empresa e a extensão comunitária são exemplos de veículos aproximativos.
REFERÊNCIAS
KUNSCH, M.M.K. Planejamento Relações Públicas na Comunicação Integrada. São Paulo: Summus, 2003.
SIMÕES, Roberto Porto. Relações públicas: funçã̧o política. São Paulo: Summus Editorial, 1995.
jonasjr.wordpress.com 